terça-feira, 20 de novembro de 2012

Algumas curiosidades: parte 4

- não é tão fácil andar de bicicleta. Apesar de eu nunca ter andado lá, muita gente já comentou. Não tem área específica para os ciclistas

- muuuuita gente trabalha na Apple e você logo saberá quem porque quem trabalha lá adora dizer


- distância de 4 horas para eles é considerado muito, muito longe (afinal, em 8 horas é possível ir de ponta-a-ponta da ilha)

- Eles pensam que o Brasil está muito bem economicamente, com empregos de sobra 

- praticamente todas as janelas são do tipo basculante (abrem para frente e muito pouco) isso por medidas de segurança


- eles gostam do Bob Esponja, já encontrei em loja até cueca com desenho dele


- tudo é feito para evitar acidentes, janelas, fogos de artificios que são proibidos,... mas mesmo assim não evita que eles sejam um dos que mais se suicidam


- é possível ver a chuva caindo na horizontal. Ok, você só vai conseguir entender quando estiver lá 


- Irlandês não é fã de U2 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A volta ao Brasil e a readaptação

O avião tocou o solo brasileiro selando uma bonita etapa em minha vida. Cabeça pra frente e retomar os planos que foram pausados na partida.

Foi fácil dormir a primeira noite, corpo exausto da viagem e a cabeça tão cheia de pensamentos que tudo se fundia e confundia.

O que não foi fácil foi retornar ao caos de São Paulo, buzina, trânsito, gente pra todos os lados. 
Engraçado ouvir todo mundo falando português e se assustar com os preços do mercado.
Ter de pegar ônibus, metrô e não deixar de comparar.
Perceber que em São Paulo tudo cresce em velocidade assustadora, notar construções novas e outras por fazer.
Alguém esbarrar em você e nem ao menos ouvir um sorry, desculpe ou qualquer coisa que se aproxime da educação.
Mendigos e pobreza para todos os lados.


Não vou negar que deu uma melancolia e sentir saudades da pequenina Cork. Não há um dia sequer que eu não lembre de lá. Talvez porque eu sempre preferi cidade pequena e por já está saturada de São Paulo.

Por mais que doa é preciso saber que a vida lá foi algo à parte, não comum a nossa rotina. É como comparar com a infância, período em que não há nenhum tipo de preocupação apenas brincar e ser criança.

Agora é reunir todo o aprendizado adquirido e usa-lo daqui pra frente...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Aniversário de embarque

1 ano, exatos 1 ano eu deixava o Brasil rumo ao desconhecido. Muita ansiedade e incredulidade pois foi uma decisão muito rápida e que demorou para cair a ficha.

Já estou de volta à pátria, nem tantas vezes, amada e posso dizer que aprendi, evolui e conquistei muito. O tempo passa, o tempo voa e precisamos aproveitar o agora para não lamentarmos.

Agora o que resta é a saudades e milhões de fotos.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Irlanda - a despedida

Foi difícil acreditar que ali terminava nossa história, nosso intercâmbio. Tantos momentos vividos, alegrias e saudades mas felizes pela missão cumprida, nenhum momento de sufoco ou tristeza.

A verdade era que 1 mês antes de sair de Cork eu já sentia um aperto no coração... eu já estava me despedindo de tudo. Ficava triste e desejando que durasse mais um pouco, que eu pudesse aproveitar mais ainda. Mas sabia, no fundo, que a hora tinha chegado e que ali não era meu lugar, por mais que tenha adorado o país e as pessoas.

Nosso último dia de Dublin e fomos caminho ao aeroporto. Pegamos um taxi. Há a opção de pegar um ônibus, que até era perto do hotel, mas como estávamos com muitas malas ia ser difícil carrega-las rua abaixo.

O vôo estava marcado para as 6 da manhã do dia seguinte mas como ficaria muito difícil sair de madrugada, resolvemos passar a noite no aeroporto. 
Chegamos no aeroporto à tarde, por volta das 15 horas. Nos acomodamos numa mesa do Mc Donalds e de lá não saimos. Tínhamos tudo: banheiro perto, comida perto, internet de graça e sem limite de tempo (único aeroporto que encontramos isso) e uma tomada perto.
Dormir não foi possível, até porque o aeroporto tem movimento de pessoas e funcionários 24 horas por dia.

Após longas horas, às 4 da manhã resolvemos despachar as malas. Chegando no guichê o funcionário cismou com a minha mãe. Vou explicar brevemente, ela é italiana e ele queria um comprovante que ela tinha visto para voltar ao Brasil. Após quase 1 hora brigando com ele, reclamando de todas as formas até tendo que ouvir a solução dele: que comprássemos uma passagem pra Argentina ou Colômbia, ele percebeu que no próprio passaporte italiano há o local de residência: BRASIL.
Foi um momento muito tenso, estávamos exaustas das horas passadas no aeroporto. Tentei ligar até para o consulado italiano no Brasil mas sem respostas.

Após isso, fomos quase que correndo para a área de embarque porque o horário do vôo estava próxima. Porém o vôo atrasou bastante.
Voamos de Aer Lingus e tivemos que sentar no fim do avião porque estava no bilhete o assento. Lembro que o avião deu uma mexida muito forte que assustou bastante mas estávamos na parte que balança mais.

Chegamos em Amsterdã e tivemos que correr para pegar o outro vôo por conta do atraso da Aer Lingus. E quem conhece o aeroporto Schiphol sabe que ele é grande e sempre o embarque é o lado oposto do desembarque. Ou seja, atravessamos de ponta a ponta.

Sentamos nas nossas poltronas e pude sentir mais um pouco aquela dor no peito, olhando para janela e dizendo a mim mesma "acabou... acabou"

Tudo foi muito intenso e praticamente torna tudo quase que irreal, um sonho... Não guardo nenhum tipo de mágoa, voltaria para a Irlanda com toda certeza.

Irlanda.... um país velho sim, atrasado sim, pessoas bebem e também se suicidam sim, chove pra caramba sim. Mas qual país é perfeito ? Quem fala mal do Brasil ou valoriza muito mais os outros países não deve ter nunca viajado para ponderar. Assim como no Brasil, a Irlanda tem muitas coisas boas e que vale a pena ser visitado.

Assim que o avião deixou o solo irlandês, deixou em meu coração um pedacinho da Irlanda que vou lembrar pra sempre.